O Testamento de João Paulo II

 Apresentamos o texto do Testamento do Papa João Paulo II, com data de 6.3.1979 (e os acréscimos sucessivos), lido na Quarta Congregação Geral do Colégio dos Cardeais, em 6 de Abril de 2005.

Totus Tuus ego sum

Em nome da Santíssima Trindade. Amém.

“Vigiai, porque não sabeis em que dia o Senhor virá” (cf. Mt 24, 42) estas palavras recordam-me a última chamada, que acontecerá no momento em que o Senhor vier. Desejo segui-lo e desejo que tudo o que faz parte da minha vida terrena me prepare para este momento. Não sei quando ele virá, mas como tudo, também deponho esse momento nas mãos da Mãe do meu Mestre: Totus Tuus. Nas mesmas mãos maternas deixo tudo e Todos aqueles com os quais a minha vida e a minha vocação me pôs em contacto. Nestas Mãos deixo sobretudo a Igreja, e também a minha Nação e toda a humanidade. A todos agradeço. A todos peço perdão. Peço também a oração, para que a Misericórdia de Deus se mostre maior que a minha debilidade e indignidade.

Durante os exercícios espirituais voltei a ler o testamento do Santo Padre Paulo VI. Esta leitura estimulou-me a escrever este testamento.

Não deixo propriedade alguma da qual seja necessário dispor. Quanto aos objectos de uso quotidiano que me serviam, peço que sejam distribuídos como for oportuno. Os apontamentos pessoais sejam queimados. Peço que disto se ocupe o Pe. Stanislau, ao qual agradeço a colaboração, a ajuda tão prolongada nos anos e a compreensão. Todos os outros agradecimentos deixo-os no coração diante de Deus, porque é difícil expressá-los.

No que diz respeito ao funeral, repito as mesmas disposições, que deu o Santo Padre Paulo VI (anotação à margem: o sepulcro na terra, não num sarcófago, 13.III.92). Sobre o lugar decida o Colégio Cardinalício e os Concidadãos.

“Apud Dominum misericordia
et copiosa apud Eum redemptio”

João Paulo pp. II

Roma, 6.III.1979

Depois da morte peço Santas Missas e orações.

5.II.1990

***


Expresso a mais profunda confiança de que, apesar de toda a minha debilidade, o Senhor conceder-me-á todas as graças necessárias para enfrentar segundo a Sua vontade qualquer tarefa, provação e sofrimento que quiser pedir ao Seu servo, ao longo da vida. Tenho também esperança de que jamais permitirá que, através de qualquer minha atitude: palavras, obras ou omissões, possa trair as minhas obrigações nesta Santa Sé Petrina.

***

24.II – 1.III.1980

Também durante estes exercícios espirituais reflecti sobre a verdade do Sacerdócio de Cristo na perspectiva daquele Trânsito que para cada um de nós é o momento da própria morte. Da despedida deste mundo para nascer para o outro, para o mundo futuro, sinal eloquente (acréscimo acima: decisivo) é para nós a Ressurreição de Cristo.

Por conseguinte, li a redacção do meu testamento do último ano, feita também durante os exercícios espirituais comparei-a com o testamento do meu grande Predecessor e Pai Paulo VI, com aquele sublime testemunho sobre a morte de um cristão e de um papa e renovei em mim a consciência das questões, às quais se refere a redacção de 6.III.1979 preparada por mim (de maneira bastante provisória).

Hoje desejo acrescentar-lhe só isto, que todos devem ter presente a perspectiva da morte. E deve estar preparado e apresentar-se diante do Senhor e do Juiz e contemporaneamente Redentor e Pai. Então também eu tomo em consideração isto continuamente, entregando aquele momento decisivo à Mãe de Cristo e da Igreja à Mãe da minha esperança.

Os tempos em que vivemos são indizivelmente difíceis e preocupantes. Tornou-se também difícil e tensa a vida da Igreja, prova característica daqueles tempos tanto para os Fiéis como para os Pastores. Nalguns Países (como p. ex. naquele sobre o qual li durante os exercícios espirituais), a Igreja encontra-se num período de tal perseguição, que não é inferior à dos primeiros séculos, até os supera pelo grau de crueldade e de ódio. Sanguis martyrum semen christianorum. E além disso tantas pessoas desaparecem inocentemente, também neste País em que vivemos…

Desejo confiar-me mais uma vez totalmente à graça do Senhor. Ele mesmo decidirá quando e como devo terminar a minha vida terrena e o ministério pastoral. Na vida e na morte Totus Tuus mediante a Imaculada.

Aceitando já agora esta morte, espero que Cristo me conceda a graça para a última passagem, isto é a [minha] Páscoa. Espero também que a torne útil para esta mais importante causa à qual procuro servir: a salvação dos homens, a salvaguarda da família humana, e nela de todas as nações e dos povos (entre eles o coração dirige-se de maneira particular para a minha Pátria terrena), útil para as pessoas que de modo particular me confiou, para a questão da Igreja, para a glória do próprio Deus.

Nada desejo acrescentar ao que escrevi há um ano desejo apenas expressar esta prontidão e contemporaneamente esta confiança, à qual os presentes exercícios espirituais de novo me dispuseram.

João Paulo II

***

Totus Tuus ego sum

5.III.1982

Durante os exercícios espirituais deste ano li (várias vezes) o texto do testamento de 6.III.1979. Mesmo se ainda o considero provisório (não definitivo), deixo-o na forma original. Não altero (por enquanto) nem acrescento nada, no que se refere às disposições nele contidas.

O atentado à minha vida a 13.V.1981 confirmou de certa forma a exactidão das palavras escritas no período dos exercícios espirituais de 1980 (24.II-1.III).

Quanto mais profundamente sinto que estou totalmente nas Mãos de Deus e permaneço continuamente à disposição do meu Senhor, confiando-me a Ele na Sua Imaculada Mãe (Totus Tuus).

João Paulo pp. II

***


Totus Tuus ego sum

5.III.1982

P.S. Em relação à última frase do meu testamento de 6.III.1979 (: “Sobre o lugar isto é, o lugar do funeral decida o Colégio Cardinalício e os Concidadãos”) esclareço o que tenho em mente: o metropolita de Cracóvia ou o Conselho Geral do Episcopado da Polónia ao Colégio Cardinalício peço contudo que satisfaça na medida do possível os eventuais pedidos dos acima mencionados.

***


1.III.1985 (durante os exercícios espirituais)

Ainda no que se refere à expressão “Colégio Cardinalício e os Concidadãos”: o “Colégio Cardinalício” não tem obrigação alguma de interpelar sobre este assunto “os Concidadãos”; contudo pode fazê-lo, se por qualquer motivo o considerar justo.

JPII

Os exercícios espirituais do ano jubilar de 2000

(12-18.III)
[Para o testamento]

1. Quando no dia 16 de Outubro de 1978 o conclave dos cardeais escolheu João Paulo II, o Primaz da Polónia, Card. Stefan Wysznski disse-me: “A tarefa do novo papa será introduzir a Igreja no Terceiro Milénio”. Não sei se repito exactamente a frase, mas pelo menos era este o sentido do que então ouvi. Disse isto o Homem que passou à história como Primaz do Milénio. Um grande Primaz. Fui testemunha da sua missão, da Sua entrega total. Das Suas lutas: da Sua vitória. “A vitória, quando se verificar, será uma vitória através de Maria” o Primaz do Milénio costumava repetir estas palavras do seu Predecessor, o card. August Hlond.

Assim fui de certa forma preparado para a tarefa que no dia 16 de Outubro de 1978 se apresentou diante de mim. No momento em que escrevo estas palavras, o Ano jubilar de 2000 já é uma realidade em acto. Na noite de 24 de Dezembro de 1999 foi aberta a simbólica Porta do Grande Jubileu na Basílica de São Pedro, depois na de São João de Latrão, de Santa Maria Maior no fim do ano, e no dia 19 de Janeiro a Porta da Basílica de São Paulo fora dos Muros. Este último acontecimento, devido ao seu carácter ecuménico, ficou impresso na memória de modo particular.

2. À medida que o Ano Jubilar avança, de dia para dia se fecha atrás de nós o século XX e se abre o século XXI. Segundo os desígnios da Providencia foi-me concedido viver no difícil século que começa a fazer parte do passado, e agora no ano em que a minha vida chega aos anos oitenta (“octogesima adveniens”), é preciso perguntar-se se não tenha chegado o tempo de repetir com o bíblico Simeão “Nunc dimittis”.

No dia 13 de Maio de 1981, o dia do atentado ao Papa durante a audiência geral na Praça de São Pedro, a Divina Providência salvou-me de modo milagroso da morte. Aquele que é o único Senhor da vida e da morte, Ele mesmo me prolongou esta vida, de certo modo concedeu-ma de novo. A partir desse momento ela pertence-lhe ainda mais. Espero que Ele me ajudará a reconhecer até quando devo continuar este serviço, para o qual me chamou no dia 16 de Outubro de 1978. Peço-lhe que me chame quando Ele mesmo quiser. “Na vida e na morte pertencemos ao Senhor… somos do Senhor” (cf. Rm 14, 8). Também espero que enquanto me for concedido cumprir o serviço Petrino na Igreja, a Misericórdia de Deus me queira conceder as forças necessárias para este serviço.

3. Como todos os anos durante os exercícios espirituais li o meu testamento de 6.III.1979. Continuo a manter as disposições nele contidas. Aquilo que então, e também durante os seguintes exercícios espirituais foi acrescentado constitui um reflexo da difícil e tensa situação geral, que marcou os anos oitenta. Do Outono de 1989 esta situação mudou. O último decénio do século passado esteve livre das precedentes tensões; isto não significa que não tenha levado consigo novos problemas e dificuldades. De modo particular seja louvada a Providencia Divina por isto, que o período da chamada “guerra fria” terminou sem o violento conflito nuclear, do qual pesava sobre o mundo o perigo no período precedente.

4. Estando no limiar do terceiro milénio “in medio Ecclesiae”, desejo mais uma vez expressar gratidão ao Espírito Santo pelo grande dom do Concílio Vaticano II, ao qual juntamente com toda a Igreja e sobretudo com todo o episcopado me sinto devedor. Estou convencido de que ainda será concedido às novas gerações haurir das riquezas que este Concílio do século XX nos concedeu. Como Bispo participante no acontecimento conciliar do primeiro ao último dia, desejo confiar este grande património a todos os que são e serão no futuro chamados a realizá-lo. Da minha parte agradeço o eterno Pastor que me consentiu servir esta grandíssima causa durante todos os anos do meu pontificado.

“In medio Ecclesia”… desde os primeiros anos de serviço episcopal precisamente graças ao Concílio foi-me concedido experimentar a comunhão fraterna do Episcopado. Como sacerdote da Arquidiocese de Cracóvia experimentei o que era a comunhão fraterna do presbitério o Concílio abriu uma nova dimensão desta experiência.

5. Quantas pessoas deveria mencionar aqui! Provavelmente o Senhor Deus chamou a Si a maior parte quanto aos que ainda estão deste lado, as palavras deste testamento os recordem, a todos e em toda a parte, onde quer que se encontrem.
Durante os mais de vinte anos em que desempenho o serviço Petrino “in medio Ecclesiae” experimentei a benévola e muito fecunda colaboração de tantos Cardeais, Arcebispos e Bispos, tantos sacerdotes, tantas pessoas consagradas Irmãos e Irmãs por fim, de tantíssimas pessoas leigas, no ambiente da Cúria, no Vicariato da Diocese de Roma, e também fora destes ambientes.
Como não abraçar com a memória agradecida todos os Episcopados no mundo, com os quais me encontrei no suceder-se das visitas “ad limina Apostolorum”!

Como não recordar também tantos Irmãos cristãos não católicos! E o rabino de Roma e tantos representantes das religiões não cristas! E quantos representantes do mundo da cultura, da ciência, da política, dos meios de comunicação social!

6. À medida que se aproxima o limite da minha vida terrena volto com a memória ao início, aos meus Pais, ao Irmão e à Irmã (que não conheci, porque morreu antes do meu nascimento), à paróquia de Wadowice, onde fui baptizado, àquela cidade da minha juventude, aos coetâneos, companheiras e companheiros da escola elementar, do ginásio, da universidade, até aos tempos da ocupação, quando trabalhei como operário, e depois na paróquia de Niegowic, na paróquia de São Floriano em Cracóvia, à pastoral dos académicos, ao ambiente… a todos os ambientes… a Cracóvia e a Roma… às pessoas que de modo especial me foram confiadas pelo Senhor.
A todos desejo dizer uma só coisa: “Deus vos recompense”.

“In manus Tuas, Domine, commendo spiritum meum”.

A.D.
17.III.2000

Fonte: http://www.vatican.va/gpII/documents/testamento-jp-ii_20050407_po.html

 

 

 

 

Viagens de João Paulo II

1979

República Dominicana I, México I, Bahamas: Janeiro 1979
Polônia I: Junho 1979
Irlanda, Estados Unidos I: Setembro 1979
Turquia: Novembro 1979

1980

Zaire I, Congo, Quênia I, Gana, Alto Volta (atualmente Burkina Faso) I, Costa do Marfim I: Maio 1980
França I: Maio 1980
Brasil I: Junho 1980
Alemanha I: Novembro 1980

1981

Paquistão, Filipinas I, Guam (EUA II), Japão, Anchorage (EUA II): Fevereiro 1981

1982

Nigéria I, Benin, Gabão, Guiné Equatorial: Fevereiro 1982
Portugal I: Maio 1982
Grã-Bretanha: Maio 1982
Rio de Janeiro (Brasil II), Argentina I: Junho 1982
Genebra (Suíça I): Junho 1982
Sam Marino: Agosto 1982
Espanha I: Outubro 1982

1983

Lisboa (Portugal II), Costa Rica, Nicarágua I, Panamá, El Salvador I, Guatemala I, Honduras, Belize, Haiti: Março 1983
Polônia II: Junho 1983
Lourdes (França II): Agosto 1983
Áustria I: Setembro 1983

1984

Fair Banks (EUA III), República da Coréia I, Papúa Nova Guiné I, Ilhas Salomão, Tailândia: Maio 1984
Suíça II: Junho 1984
Canadá I: Setembro 1984
Zaragoza (Espanha II), São Domingos (República Dominicana II), San Juan (Porto Rico): Outubro 1984

1985

Venezuela I, Equador, Peru I, Trindade e Tobago: Janeiro 1985
Países Baixos, Luxemburgo, Bélgica I: Maio 1985
Togo, Costa do Marfim II, Camarões I, República África Central, Zaire II, Quênia II, Marrocos: Agosto 1985
Kloten (Suíça III), Liechtenstein: Setembro 1985

1986

Índia: Janeiro 1986
Colômbia, Santa Luzia: 1 – 8 de Julho de 1986
França III: Outubro 1986
Bangladesh, Singapura, Fiji, Nova Zelândia, Austrália I, Seichelles: Novembro 1986

1987

Uruguai I, Chile, Argentina II: Março 1987
Alemanha II: Abril 1987
Polônia III: Junho 1987
EUA IV, Fort Simpson (Canadá II): Setembro 1987

1988

Uruguai II, Bolívia, Lima (Peru II), Paraguai: Maio 1988
Áustria II: Junho 1988
Zimbabwe, Botswana, Lesotho, Swazilandia, Moçambique: Setembro 1988
França IV: Outubro 1988

1989

Madagascar, A Reunião, Zâmbia, Malawi: Abril 1989
Noruega, Islândia, Finlândia, Dinamarca, Suécia: Junho 1989
Santiago de Compostela, Astúrias (Espanha III): Agosto 1989
Seúl (República da Coréia II), Indonésia, (Timor Leste), Mauricio: Outubro 1989

1990

Cabo Verde, Guiné-Bissau, Malí, Burkina Faso II, Chade: Janeiro 1990
Tchecoslováquia I: Abril 1990
México II, Curaçao: Maio 1990
Malta I: Maio 1990
Luqa (Malta II), Tanzânia, Burundi, Ruanda, Yamoussoukro (Costa do Marfim III): Setembro 1990

1991

Portugal III: Maio 1991
Polônia IV: Junho 1991
Czestochowa (Polônia V), Hungria: Agosto 1991
Brasil III: Outubro 1991

1992

Senegal, Gâmbia, Guiné: Fevereiro 1992
Angola, São Tomé e Príncipe: Junho 1992
República Dominicana III: Outubro 1992

1993

Benin II, Uganda, Jartum (Sudão): Fevereiro 1993
Albânia: Abril 1993
Espanha IV: Junho 1993
Jamaica, Mérida (México III), Denver (EUA V): Agosto 1993
Lituânia, Letônia, Estônia: Setembro 1993

1994

Zagreb (Croácia): Setembro 1994

1995

Manila (Filipinas II), Port Moresby (Papúa Nova Guiné II), Sidney (Austrália II), Colón (Sri Lanka): Janeiro 1995
Praga, Olomouc (República Tcheca I), Skoczow, Bielsko Biala, Zywiec (Polônia VI), Ostrava (República Tcheca I): Maio 1995
Bélgica II: Junho 1995
República Eslovaca I: Junho 1995
Yaoundé (Camarões II), Johanesburgo-Pretoria (República Sul Africana, Nairobi (Quênia III): Setembro 1995
Newark, Nova Iorque, Nações Unidas, Yonkers, Baltimore (EUA VI): Outubro 1995

1996

Guatemala II, Nicarágua II, El Salvador II, Venezuela II: Fevereiro 1996
Tunísia: Abril 1996
Eslovênia: Maio 1996
Alemanha III: Junho 1996
Hungria II: Setembro 1996
França V: Setembro 1996

1997

Sarajevo (Bosnia-Herzegovina): Abril 1997
República Tcheca II: Abril 1997
Beirute (Líbano): Maio 1997
Polônia VII: Maio 1997
Paris II (França VI): Agosto 1997
Rio de Janeiro (Brasil IV): Outubro 1997

1998

Cuba: Janeiro 1998
Nigéria: Março 1998
Áustria: Junho 1998
Croácia: Outubro 1998

1999

Cidade do México (México), St.Louis (EUA): Janeiro 1999
Romênia: Maio 1999
Polônia: Junho 1999
Eslovênia: Setembro 1999
Nova Delhi (Índia), Georgia: Novembro 1999

2000

Peregrinação Jubilar ao Monte Sinai: Fevereiro 2000
Peregrinação Jubilar à Terra Santa: Março 2000
Fátima (Portugal): Maio 2000

2001

Grécia, Síria, Malte: Maio 2001
Ucrânia: Junho 2001
Cazaquistão, Armênia: Setembro 2001

2002

Azerbaijão, Bulgária: Maio 2002
Canadá, Cidade da Guatemala, Cidade do México: Julio-Agosto 2002
Polônia: Agosto 2002

2003

Espanha: Maio 2003
Croácia: Junho 2003
Bósnia Herzegovina: Junho 2003
República Eslovaca: Setembro 2003
Santuário de Nossa Senhora da Pompéia:  7 de Outubro de 2003

2004

Suiça: Junho 2004
Santuário de Nuestra Senhora de Lourdes – França: Agosto 2004
Santuário de Loreto: Setembro – 2004

Sua Santidade Papa João Paulo II


SALA DE IMPRENSA DA SANTA SÉ

Sua Santidade João Paulo II

Breve Biografia

Karol Józef Wojtyła, que tornou-se João Paulo II com sua eleição à Sé Apostólica em 16 de outubro de 1978, nasceu em Wadowice, cidade a 50 km de Cracóvia (Polônia), em 18 de maio de 1920. Era o último dos três filhos de  Karol Wojtyła e de Emilia Kaczorowska, que morreu em 1929. Seu irmão mais velho Edmund, médico, morreu em 1932 e seu pai, suboficial do exército, em 1941. Sua irmã, Olga, havia morrido antes de seu nascimento.

Foi batizado no dia 20 de junho de 1920 na Igreja Paroquial de Wadowice pelo sacerdote Franciszek Zak; aos 9 anos recebeu a Primeira Comunhão e aos 18 anos o sacramento da Crisma. Concluídos os estudos na escola secundária Marcin Wadowita de Wadowice, em 1938 se matriculou na Universidade Jagellónica de Cracóvia.

Quando as forças de ocupação nazista fecharam a Universidade em 1939, o jovem Karol trabalhou (1940-1944) em uma pedreira e depois na fábrica química Solvay para ganhar a vida e evitar a deportação para a Alemanha.

A partir de 1942, tendo ouvido o chamado ao sacerdócio, frequentou os cursos de formação do seminário maior clandestino de Cracóvia, dirigido pelo Arcebispo de Cracóvia, o Cardeal Adam Stefan Sapieha. Durante esse período, também foi um dos promotores do “Teatro Rapsódico”, também ele clandestino. 

Depois da II Guerra Mundial, continuou seus estudos no seminário maior em Cracóvia, novamente aberto, e na Faculdade deTeologia da Universidade Jagellónica, até sua ordenação sacerdotal em Cracóvia no dia 1º de novembro de 1946, pelas mãos do Arcebispo de Sapieha. 

Sucessivamente, foi enviado à Roma, onde, sob a orientação do dominicano francês P. Garrigou-Lagrange, obteve em 1948 o grau de doutor em Teologia, com uma tese sobre o tema da fé nas obras de São João da Cruz (Doctrina de fide apud Sanctum Ioannem a Cruce).

Naquele período, durante suas férias, exerceu o ministério pastoral entre os imigrantes poloneses na França, Bélgica e Holanda. 

Em 1948 retornou à Polônia e foi coadjutor, inicialmente na Paróquia de Niegowić, cidade próxima à Cracóvia e depois naquela de São Floriano, na cidade de Cracóvia. Foi capelão dos universitários até 1951, quando retomou seus estudos filosóficos e teológicos. Em 1953 apresentou na Universidade Católica de Lublin a tese intitulada “Avaliação da possibilidade de construir uma ética católica sobre a base do sistema ético de Max Scheler”. Foi professor de Teologia Moral e Ética Social no seminário maior de Cracóvia e na faculdade de Teologia de Lublin.

No dia 4 de julho de 1958 foi nomeado por Pio XII Bispo titular de Ombi e auxiliar de Cracóvia. Recebeu a ordenação episcopal em 28 de setembro de 1958 na catedral de Wawel (Cracóvia), das mãos do arcebispo Eugeniusz Baziak. 

No dia 13 de janeiro de 1964 foi nomeado Arcebispo de Cracóvia por Paulo VI, que o criou e o publicou Cardeal no Consistório em 26 de junho de 1967, sob o Título San Cesareo in Palatio, Diaconia elevada pro illa vice ao título presbiteral. 

Participou do Concílio Vaticano II (1962-1965), com uma contribuição significativa na elaboração da Constituição Gaudium et spes. O Cardeal Wojtyla participou também das cinco assembléias do Sínodo dos Bispos antes de seu pontificado. 

Os Cardeais, reunidos em Conclave, o elegeram Papa no dia 16 de outubro de 1978. Assumiu o nome de João Paulo II e em 22 de outubro iniciou solenemente o ministério Petrino, como 263º sucessor do Apóstolo. O seu pontificado foi um dos mais longos da história da Igreja e durou quase 27 anos. 

João Paulo II exerceu o seu ministério com incansável espírito missionário, dedicando todas as suas energias impelido pelo desvelo pastoral com todas as Igrejas e pela caridade dirigida à humanidade inteira. Realizou 104 viagens apostólicas no mundo. Na Itália realizou 146 visitas pastorais. Como Bispo de Roma, visitou 317 paróquias (em um total de 333).

Mais do que qualquer um de seus Antecessores ele encontrou o Povo de Deus e os Responsáveis das Nações: nas Audiências Gerais de quarta-feira (1166 ao longo de seu Pontificado) estiveram presentes mais de 17 milhões e 600 mil peregrinos, sem contar todas as outras audiências especiais e as cerimônias religiosas [mais de 8 milhões de peregrinos somente durante o Grande Jubileu do ano 2000], além dos milhões de fiéis encontrados durante as visitas pastorais na Itália e no mundo. Numerosas também as personalidades governativas recebidas em audiência: baste lembrar as 38 visitas oficiais e as outras 738 audiências ou encontros com Chefes de Estado, como também as 246 audiências e encontros com Primeiros Ministros. 

Seu amor pelos jovens o estimulou a iniciar, em 1985, as Jornadas Mundiais da Juventude. As 19 edições da JMJ que aconteceram durante seu Pontificado reuniram milhões de jovens em várias partes do mundo. Do mesmo modo a sua atenção pela família se expressou com os Encontros Mundiais das Famílias iniciadas por ele a partir de 1994. 

João Paulo II promoveu com sucesso o diálogo com os judeus e com os representantes das outras religiões, convocando-os em diversos Encontros de Oração pela Paz, especialmente em Assis. 

Sob sua direção a Igreja se aproximou do terceiro milênio e celebrou o Grande Jubileu de 2000, segundo as linhas indicadas pela Carta Apostólica Tertio Millennio Adveniente. Essa se apresentou depois ao novo tempo, recebendo as indicações na Carta Apostólica  Novo Millennio Ineunte, na qual se mostrava aos fiéis o caminho do tempo futuro. 

Com o Ano da Redenção, o Ano Mariano e o Ano da Eucaristia, João Paulo II promoveu a renovação espiritual da Igreja.

Deu um impulso extraordinário às canonizações e beatificações, para mostrar inumeráveis exemplos da santidade de hoje, que fossem de incentivo aos homens do nosso tempo: celebrou 147 cerimônias de beatificação – nas quais proclamou 1338 beatos – e 51 canonizações, com um total de 482 santos. Proclamou Doutora da Igreja Santa Teresa do Menino Jesus. 

Aumentou consideravelmente o Colégio dos Cardeais, criando 231 cardeais em 9 Consistórios (e 1 in pectore, que porém não foi publicado antes de sua morte). Convocou também 6 reuniões plenárias do Colégio Cardinalício. 

Presidiu 15 assembléias do Sínodo dos Bispos: 6 gerais ordinárias (1980, 1983, 1987, 1990, 1994 e 2001), 1 assembléia geral extraordinária (1985) e 8 assembléias especiais (1980, 1991, 1994, 1995, 1997, 1998 [2] e 1999). 

Dentre os seus principais documentos encontram-se 14 Cartas Encíclicas, 15 Exortações Apostólicas, 11 Constituições Apostólicas e 45 Cartas Apostólicas. 

Promulgou o Catequismo da Igreja Católica, à luz da Tradição, respeitavelmente interpretada pelo Concílio Vaticano II. Reformou os Códigos de Direito Canônico Ocidental e Oriental, criou novas Instituições e reordenou a Cúria Romana. 

Ao Papa João Paulo II, como Doutor, são atribuídos também 5 livros: “Cruzando o limiar da esperança”(outubro de 1994); “Dom e mistério: nas minhas Bodas de Ouro Sacerdotais” (novembro de 1996); “Tríptico romano”, meditações em forma de poesia (março de 2003);  “Levantai-vos! Vamos!” (maio de 2004) e “Memória e Identidade” (fevereiro de 2005). 

João Paulo II morreu no Vaticano em 2 de abril de 2005, às 21h37 (16h37, hora de Brasília), enquanto findava o sábado e já começava o dia do Senhor, Oitava de Páscoa e Domingo da Divina Misericórdia.

Daquela noite até o dia 8 de abril, quando aconteceram as Exéquias fúnebres, mais de três milhões de peregrinos foram à Roma para prestar homenagem ao corpo do Papa, em uma fila que durava até 24 horas para se poder ter acesso à Basílica de São Pedro. 

No dia 28 de abril sucessivo, o Santo Padre Bento XVI concedeu a dispensa do tempo de cinco anos de espera depois da morte, para o início da Causa de Beatificação e Canonização de João Paulo II. A Causa foi aberta oficialmente em 28 de junho de 2005 pelo Cardeal Camillo Ruini, Vigário Geral para a diocese de Roma.

Em italiano:

http://www.vatican.va/news_services/press/documentazione/documents/santopadre_biografie/
giovanni_paolo_ii_biografia_breve_it.html

Livro lançado em Roma exalta virtudes de João Paulo II

Roma (Quarta, 27-10-2010, Gaudium Press) Foi lançado ontem, em Roma, um livro sobre o pontificado e a vida do Papa João Paulo II. “Perché è Santo” (“Porque é Santo”) foi escrito pelo jornalista e escritor italiano Saverio Gaeta e por Dom SLawomir Oder, postulador da causa de beatificação do papa polonês. A apresentação da obra ao público e a imprensa, além dos autores da obra, contou também com a presença do Cardeal José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para a Causa dos Santos.

O livro é o primeiro escrito a partir da documentação apresentada durante o processo de beatificação do Papa Wojtyla e arrola em suas páginas, cerca de 114 testemunhas, não identificadas, de milagres e virtudes de João Paulo II.

João Paulo II “sempre foi um santo e, como todos os santos, era uma pessoa humana”, diz o Cardeal José Saraiva Martins na apresentação do livro.

Cardeal Martins salientou o exemplo de Papa Wojtyla que dizia que “humanismo e santidade não são coisas contrárias”, porque os santos também têm defeitos. A santidade não se trata de não ter defeitos, mas de superá-los.

Na apresentação, Dom Oder relatou que depois da morte de João Paulo II, em 28 de abril de 2005, o cardeal Ruini, ainda vigário geral de Sua Santidade para a diocese de Roma, apresentou pedido para que fosse desconsiderado o período tradicional de cinco anos de espera após o falecimento para que o candidato às honras do altar pudesse ter um processo de beatificação aberto.

Em 3 de maio, Bento XVI concedeu a dispensa desse período, que, seis dias depois, em 9 de maio, foi confirmada em um decreto oficial da Congregação das Causas dos Santos. O anúncio oficial aconteceu em 13 de maio, feito pelo Papa ao final de um encontro com o clero. Foi o processo mais rápido que já aconteceu.

Dom Oder revelou ainda que, no dia 2 de abril, quando o Papa João Paulo II faleceu, teve vontade de gritar que havia morrido um santo. Quando tornou-se postulador da causa de sua beatificação, teve início o que classificou de “a fase mais bela” de sua vida. “Me sentia como um monge oriental que escreve uma mensagem sobre um ícone no qual se toca algo de íntimo de Deus”, disse o postulador.

Segundo Dom Oder, João Paulo II era uma “pessoa transparente”, um homem de Deus, “verdadeiro e íntegro”, e que tinha amor pelo Senhor. Ainda de acordo com o postulador, João Paulo II sabia reagir, podia até mesmo zangar-se e tinha uma queda por doces. O livro afirma que João Paulo II tinha revelações sobrenaturais, que ouvia Nossa Senhora e via e falava com Padre Pio e que praticava o autoflagelo.

O obstáculo principal, segundo os autores, se encontrou no acesso ao material dos arquivos secretos do Vaticano. O testemunho das pessoas que trabalharam com João Paulo II em diversos documentos compensou a dificuldade de acessibilidade aos documentos.

Papa assina decreto de virtudes heroicas de João Paulo II e Pio XII

Publicado 2009/12/21
Autor: Gaudium Press
Secção: Mundo

Cidade do Vaticano (Segunda, 21-12-2009, Gaudium Press) As virtudes heroicas de João Paulo II foram por fim promulgadas por Bento XVI. Desde esse sábado, o Papa Wojtyla passa a ostentar o título de “Venerável”, após a assinatura dos decretos concernentes seu processo de beatificação. Além de João Paulo II, Bento XVI também promulgou as virtudes heroicas de outro Papa, Pio XII, e assinou decretos de causas de mais 21 religiosos.

Entre outros nomes mais notáveis, está o martírio, o único autorizado, de Jerzy Popieluszko, sacerdote polonês, capelão do movimento “Solidarnosc”. O Papa reconheceu também um milagre atribuído à intercessão da beata Maria da Cruz MacKillop, fundadora da Congregação das Irmãs de São José do Sagrado Coração, que se encaminha, assim, para se tornar a primeira santa australiana.

Na causa do Papa Wojtyla não há nenhuma novidade. O processo procede normalmente. Bento XVI assinou o decreto de virtudes heroicas, um passo significativo na causa. Agora, será estudado o milagre, cuja análise será depois apresentada ao Santo Padre para que seja promulgado. A data provável para a cerimônia da beatificação de João Paulo II é 16 de outubro de 2010, dia em que o cardeal Karol Wojtyla foi eleito Pontífice.

O processo, embora em condições normais, acontece mais rapidamente devido à grandeza do estudo e à figura do Papa Wojtyla. A causa de João Paulo II é a segunda na história dos processos da beatificação da Igreja Católica em que não são esperados os cinco anos após o falecimento do candidato à altura do altar para ser iniciada. Bento XVI decidiu começar o processo de seu antecessor em 13 de maio de 2005, um mês após João Paulo II ter falecido.

Veja, abaixo, a lista completa da promulgação dos 21 decretos assinados por Bento XVI neste sábado:

– Um milagre atribuído à intercessão do beato Stanislaw Soltys, chamado Kazimierczyk, sacerdote professo da Ordem dos Cônegos Regulares Lateranenses, nascido em 27 de setembro de 1433 em Kazimierz (Polônia) e falecido nessa localidade em 3 de maio de 1489;

– Um milagre atribuído à intercessão do beato André Bessette (seu nome de batismo era Alfred), religioso da Congregação da Santa Cruz; nascido em Saint-Grégoire d’Iberville (Canadá) em 9 de agosto de 1845 e falecido em Montreal (Canadá) em 6 de janeiro de 1937;

– Um milagre atribuído à intercessão da beata Maria da Cruz MacKillop (seu nome de batismo era Mary Helen), fundadora da Congregação das Irmãs de São José do Sagrado Coração; nascida em 15 de janeiro de 1842 em Fitzroy (Austrália) e falecida em 8 de agosto de 1909 em Sydney (Austrália);

– Um milagre atribuído à intercessão da beata Giulia Salzano, fundadora da Congregação das Irmãs Catequistas do Sagrado Coração de Jesus nascida em 13 de outubro de 1846 em Santa Maria Capua Vetere (Itália) e falecida em 17 de maio de 1929 em Casória (Itália);

– Um milagre atribuído à intercessão da beata Battista da Varano (seu nome de batismo era Camilla), freira da Ordem de Santa Clara e fundadora do monastério de Santa Clara na cidade de Camerino; nascida em 9 de abril de 1458 em Camerino (Itália) e falecida nesta localidade em 31 de maio de 1524;

– Um milagre atribuído à intercessão do venerável servo de Deus José Tous y Soler a, sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e fundador da Congregação das Irmãs Capuchinhas da Mãe do Divino Pastor; nascido em 31 de março de 1811 em Igualada (Espanha) e falecido em 27 de fevereiro de 1871 em Barcelona (Espanha);

– Um milagre atribuído à intercessão do venerável servo de Deus Leopoldo de Alpandeire Sánchez Márquez (seu nome de batismo era Francisco), leigo professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos; nascido em 24 de julho de 1866 em Alpandeire (Espanha) e falecido em 9 de fevereiro de 1956 em Granada (Espanha);

– Um milagre atribuído à intercessão do venerável servo de Deus Manuel Lozano Garrido, leigo; nascido em 9 de agosto de 1920 em Linares (Espanha) e falecido nessa localidade em 3 de novembro de 1971;

– Um milagre atribuído à intercessão da venerável serva de Deus Teresa Manganiello, leiga, da Terceira Ordem de São Francisco; nascida em Montefusco (Itália) em 1 de janeiro de 1849 e falecida nessa localidade em 4 de novembro de 1876;

– Um milagre atribuído à intercessão da venerável serva de Deus Chiara Badano, leiga; nascida em Sassello (Itália) em 29 de outubro de 1971 e falecida nessa localidade em 7 de outubro de 1990;

– O martírio do servo de Deus Jerzy Popieluszko, sacerdote diocesano; nascido em 14 de setembro de 1947 em Okopy Suchowola (Polônia) e assassinado por ódio à fé em 20 de outubro de 1984 nos arredores de Wloclawek (Polônia);

– As virtudes heroicas do servo de Deus Giacomo Illirico da Bitetto, leigo professo da Ordem dos Frades Menores, nascido em 1400 em Zara (Dalmácia) e falecido em torno do ano 1496 em Bitetto (Itália);

– As virtudes heroicas do servo de Deus Pio XII (Eugenio Pacelli), supremo pontífice; nascido em Roma em 2 de março de 1876 e falecido em Castelgandolfo em 9 de outubro de 1958;

– As virtudes heroicas do servo de Deus João Paulo II (Karol Wojtyla), supremo pontífice; nascido em 18 de maio de 1920 em Wadowice (Polônia) e falecido em Roma no 2 de abril de 2005;

– As virtudes heroicas do servo de Deus Louis Brisson, sacerdote e fundador dos Oblatos e Oblatas de São Francisco de Sales; nascido em 23 de junho de 1817 em Plancy (França) e falecido nessa localidade em 2 de fevereiro de 1908;

– As virtudes heroicas do servo de Deus Giuseppe Quadrio, sacerdote professo da Sociedade Salesiana de São João Bosco; nascido em 28 de novembro de 1921 em Vervio (Itália) e falecido em Turim (Itália) em 23 de outubro de 1963;

– As virtudes heroicas da serva de Deus Mary Ward, fundadora do Instituto da Bem-aventurada Virgem Maria, hoje Congregação de Jesus, nascida em Mulwith (Inglaterra) em 23 de janeiro de 1585 e falecida em Hewarth (Inglaterra) em 30 de janeiro de 1645;

– As virtudes heroicas da serva de Deus Antonia Maria Verna, fundadora do Instituto das Irmãs da Caridade da Imaculada Concepção; nascida em Pasquaro dava Rivarolo (Itália) em 12 de junho de 1773 e falecida nessa localidade em 25 de dezembro de 1838;

– As virtudes heroicas da serva de Deus Maria Chiara Serafina de Jesus Farolfi (seu nome de batismo era Francisca), fundadora das Irmãs Clarisas Franciscanas Missionárias do Santíssmo Sacramento; nascida em 7 de outubro de 1853 em Tossignano (Itália) e falecida em 18 de junho de 1917 em Badia dava Bertinoro (Itália);

– As virtudes heroicas da serva de Deus Enrica Alfieri (seu nome de batismo era Maria Angela), religiosa professa da Congregação das Irmãs da Caridade de Santa Joana Antide Thouret; nascida em 23 de fevereiro de 1891 em Borgovercelli (Itália) e falecida em Milão (Itália) em 23 de novembro de 1951;

– As virtudes heroicas do servo de Deus Giunio Tinarelli, leigo, sócio da Pia União Primária dos Silenciosos Operários da Cruz, nascido em Terni (Itália) em 27 de maio de 1912 e falecido nessa localidade em 14 de janeiro de 1956.

 

Após suposta aprovação de virtudes heroicas, imprensa volta a especular sobre data de beatificação de João Paulo II

Publicado 2009/11/18
Autor: Gaudium Press
Secção: Mundo

Cidade do Vaticano (Quarta, 18-11-2009, Gaudium Press) Há cerca de um mês vaticanistas italianos vêm conjecturando sobre a provável data de beatificação de João Paulo II. Ontem, o tema voltou à tona com novas especulações publicadas por três jornalistas: Andrea Tornielli no “Il Giornale”, Franca Giansoldati do “Il Messaggero” e Marco Tosati, do “La Stampa”. Eles sugerem que as virtudes heroicas de João Paulo II – primeiro passo para que seja beatificado – estariam para ser confirmadas.

Em seu trâmite atual, a causa wojtyliana ainda precisa passar por duas etapas importantes: um decreto sobre as virtudes heroicas e a certificação de um milagre. Somente após essas fases e com uma assinatura do Papa Bento XVI a data poderá, então, ser definida.

“Os purpurados e os bispos se reuniram na manhã de ontem para discutir a “Positio” (documentação do caso com mais de duas mil páginas), e a reunião se concluiu positivamente”, escreveu Marco Tosati. O próximo passo é a votação dos teólogos, seguida de análise do Papa, que deverá proclamar o caráter heróico das virtudes de João Paulo II e declará-lo “venerável”.

Após a promulgação oficial do decreto pontifício, é preciso completar o processo sobre o milagre atribuído a João Paulo II, a cura de uma freira francesa do Mal de Parkinson. Para isso, primeiramente é necessária uma consulta médica da Congregação para a Causa dos Santos para que especialistas confirmem que a cura é inexplicável do ponto de vista clínico. Dos médicos, o caso irá para a comissão dos teólogos, que deverão então debater se a intercessão foi somente de João Paulo II. Por fim, os cardeais dão suas assinaturas à certificação do milagre. Para levar o Papa Wojtyla aos altares ficaria bastando, assim, apenas a confirmação do Santo Padre.

Por questões técnicas do processo, não é provável que até a meados do ano que vem João Paulo II seja beatificado. Alguns vaticanistas, no entanto, especulavam inclusive sobre abril, por conta do 5º aniversário da morte do pontífice polonês.

Franca Giansoldati, por sua vez, cita em seu artigo o cardeal polonês Zenon Grocholewski, prefeito da Congregação para a Educação Católica e amigo pessoal de Karol Wojtyla. Segundo a jornalista, o cardeal lhe teria dito antes de partir para uma conferência em Berlim que “o próximo ano é o ano bom”. Cardeal Dziwisz, atual arcebispo de Cracóvia e ex-secretário pessoal de João Paulo II, é mais reservado. Sobre sua conversa com o Papa Bento XVI durante a viagem à Praga, disse apenas que “aquilo que [o Papa] me disse está guardado no coração”.

A própria Congregação não quer comentar ou confirmar nenhuma notícia. Tudo se desenvolve em segredo, a portas fechadas. Em meados de dezembro, o Papa, como em todo ano, deverá assinar os decretos das virtudes heroicas de diversos candidatos a beatos, não apenas no que diz respeito à causa do Papa João Paulo II. Mas também é provável que serão promulgados separadamente.

 

Na Itália, retornam especulações sobre data e lugar de beatificação de João Paulo II

Publicado 2009/11/03
Autor: Gaudium Press
Secção: Mundo

Cidade do Vaticano (Terça, 03-11-2009, Gaudium Press) De acordo com reportagem publicada hoje pelo jornal italiano “La Repubblica”, a beatificação do Papa João Paulo II já é um fato consumado. Segundo o texto de autoria do jornalista Orazio La Rocca, Karol Wojtyla deverá ser beato já na próxima primavera (no hemisfério norte) de 2010. Ou seja, até o fim do primeiro semestre do ano que vem.

Uma questão suscitada pelo texto, no entanto, é sobre o local em que isso deve ocorrer: Vaticano ou Cracóvia, na Polônia, cidade onde o cardeal Wojtyla foi arcebispo antes de sua eleição papal. O jornalista sugere que há uma verdadeira “disputa eclesial-diplomática” sobre o lugar da beatificação do Papa polonês, com dois “partidos” pleiteando o lugar da beatificação. O primeiro “partido”, segundo o jornal, estaria representado pela cúria vaticana e pelo município de Roma, que são pró-Praça de São Pedro. O segundo “partido” seria Cracóvia, cidade que “tem como objetivo obter para si o privilégio da beatificação”.

Enquanto nascem especulações, o Vaticano nem informa nem confirma nenhuma provável data ou local da beatificação de João Paulo II. Em 2010 se completarão cinco anos da morte do Papa polonês. O processo de sua beatificação foi aberto por vontade de seu sucessor, o Papa Bento XVI, em caráter extraordinário, em 13 de maio de 2005. De acordo com o Código de Direito Canônico, é preciso esperar cinco anos após a morte de um candidato à glória do altar para se efetuar a beatificação. O processo ainda está em andamento.

“É uma verdadeira disputa eclesial-diplomática que se está jogando sem aparentes clamores. Certamente, se sabe somente que a tão esperada beatificação acontecerá entre abril e maio de 2010”, escreve Orazio La Rocca no jornal.

O jornalista assegura que os detalhes deverão ser conhecidos na próxima quarta-feira, na apresentação do livro “Um Papa que não morre”, do biógrafo de João Paulo II, o vaticanista e ex-vice-diretor do jornal “L’Osservatore Romano” Gianfranco Svidercoschi. A apresentação acontecerá junto à igreja de São Estanislau, em Roma, chamada de “igreja polonesa” e, segundo La Rocca, estarão presentes mons. Slawomir Oder, padre polonês da diocese de Roma e postulador do processo de João Paulo II, o cardeal Giovanni Battista Re, prefeito da Congregação para os Bispos, e Marco Impagliazzo, presidente da Comunidade de Santo Egídio.

 

Delegação vaticana vai ao Paraguai investigar ‘rastros’ do Papa João Paulo II para processo de beatificação

Publicado 2009/09/15
Autor: Gaudium Press
Secção: América Latina

Assunção (Terça, 15-09-2009, Gaudium Press) Uma delegação de três sacerdotes poloneses e uma teóloga do Vaticano estão visitando determinadas regiões do Paraguai para conhecer melhor a situação do país e das atividades lá desenvolvidas pelo Papa João Paulo II durante sua visita em maio de 1988. A viagem da delegação faz parte do trabalho de coleta de dados para o processo de beatificação do falecido pontífice.

De acordo com a jornalista Sara Fischer, do Vicariato Apostólico de Pilcomayo, o grupo participou neste final de semana das celebrações da festa da Santa Patrona Santa María, na catedral da cidade de Mariscal Estigarribia, no coração do Chaco paraguaio, onde foi desenvolvido um programa especial. A cerimônia foi presidida pelo monsenhor Edmundo Valenzuela, do Vicariato do Chaco, por conta da ausência do monsenhor Lucio Alfert, bispo da diocese.

Seguindo os ‘rastros’ do Papa João Paulo II, a delegação conversou com membros da hierarquia da Igreja Católica no Paraguai, com fiéis católicos e habitantes da cidade de Mariscal Estigarribia.

Fontes da região afirmam que a figura do pontífice é sempre lembrada no cotidiano e nas orações de milhões de paraguaios.

“Incansável testemunhador de Cristo”, diz Bento XVI sobre João Paulo II quatro anos depois de sua morte

Cidade do Vaticano (Sexta, 03-04-2009, Gaudium Press) “Um ardoroso e incansável testemunhador de Cristo que conseguia passar uma forte carga de esperança”. Bento XVI lembrou, assim, na tarde de ontem, durante a Santa Missa na Basílica Vaticana, João Paulo II, no quarto aniversário da sua morte. “A sua lembrança continua viva no coração das pessoas, como demonstra a ininterrupta peregrinação de fiéis à sua tumba, na Gruta Vaticana”.

Em preparação para Jornada Mundial da Juventude, no próximo domingo, com o tema “Pusemos nossa esperança no Deus Vivo”, estavam presentes jovens romanos e de outras partes do mundo. O Papa pediu-lhes que se tornassem um “oásis de esperança para a sociedade contemporânea”.

“Uma exortação para se tornar pequenas nascentes de esperança no mundo e não fazer da esperança cristã uma ideologia, ou slogan de um grupo”, explicou Bento XVI aos jovens presentes na capela papal para a missa do pontífice João Paulo II. “Somente vivendo de Cristo e em Cristo é possível propagar a chama daquele amor que Jesus acendeu sobre a terra, levar alta a chama da fé e da esperança”, prosseguiu o Papa.

Bento XVI recorda como seu antecessor, ainda jovem, se mostrou ardoroso e um “incansável defensor de Cristo …pois ele não hesitou em gastar toda sua energia a fim de difundir em toda parte a luz, não aceitou deixar de lado o compromisso quando se tratava de proclamar e defender a sua Verdade”.

O Santo Padre também constatou como a experiência espiritual de João Paulo II mostra que “Deus recebe o empenho, sincero e generoso, de quem, na dificuldade, escolhe testemunhar o Evangelho. Basta pensar nos muitos filhos e filhas geradas na fé no seu longo pontificado”, concluiu.

Ao final da celebração, Bento XVI voltou-se em oração na tumba do seu predecessor.

Para ex-porta-voz da Santa Sé, João Paulo II pode ser beatificado ainda este ano

Publicado 2009/06/04
Autor: Gaudium Press
Secção: Mundo

Roma (Quinta, 03-06-2009, Gaudium Press) Em entrevista ao jornal italiano “Il Sole 24 ore”, publicada hoje, o ex-porta-voz da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls, diz acreditar que a divulgação das cartas entre Karol Wotjyla e a polonesa Poltawska – noticiada ontem por Gaudium Press – não atrasará o processo de beatificação de João Paulo II. Poltawska era uma amiga de juventude de João Paulo II e guardou durante muitos anos uma série de correspondências trocadas entre os dois, até divulgar parte delas em recente livro.

Navarro-Valls lembrou que “seguramente, o escrutínio do exame de integridade documental dará trabalho, mas o processo segue em frente, não para. As duas passagens-chave “técnicas” que faltam – o decreto sobre as virtudes heróicas por parte dos cardeais e bispos da Congregação e a publicação do decreto sobre o milagre – podem acontecer ainda este ano. Então, o Papa Bento XVI poderá decidir a data de proclamação de beatificação, mas pode fazê-lo em qualquer momento”.

O ex-porta-voz descarta qualquer alegação de que teria influenciado algumas decisões do Papa João Paulo II e também qualquer relação “especial” entre o Papa e a senhorita Poltawska. Como o cardeal Dziwisz em entrevista ao jornal “La Stampa”, também ele critica a decisão da polonesa de tornar públicas as cartas após o início do processo.

“Naturalmente, não ter colocado a disposição do postulador estas cartas e nesse meio-tempo providenciar a publicação, ainda que parcial, em livro, pode fazer nascer a suspeita de que se queira colocar em evidência uma relação especial com o Papa…”, observou o ex-diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Joaquín Navarro-Valls foi, por 22 anos, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé. Nascido em Cartagena, na Espanha, em 16 de novembro de 1936, estudou na “Deutsche Schule” (“Escola Alemã”) e na Faculdade de Medicina da Universidade de Granada, em Barcelona, e Jornalismo na Faculdade de Ciências da Comunicação da Universidade de Navarra. Obteve bolsa de estudos do “Seminário Internacional” na Universidade de Harvard, nos EUA. Em 1996, tornou-se professor visitante na Faculdade de Comunicação Institucional da Pontifícia Universidade da Santa Cruz, em Roma. Desde janeiro de 2007 é presidente do Advisory Board da Universidade Campus Bio-Médico de Roma.