Livro lançado em Roma exalta virtudes de João Paulo II

Roma (Quarta, 27-10-2010, Gaudium Press) Foi lançado ontem, em Roma, um livro sobre o pontificado e a vida do Papa João Paulo II. “Perché è Santo” (“Porque é Santo”) foi escrito pelo jornalista e escritor italiano Saverio Gaeta e por Dom SLawomir Oder, postulador da causa de beatificação do papa polonês. A apresentação da obra ao público e a imprensa, além dos autores da obra, contou também com a presença do Cardeal José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para a Causa dos Santos.

O livro é o primeiro escrito a partir da documentação apresentada durante o processo de beatificação do Papa Wojtyla e arrola em suas páginas, cerca de 114 testemunhas, não identificadas, de milagres e virtudes de João Paulo II.

João Paulo II “sempre foi um santo e, como todos os santos, era uma pessoa humana”, diz o Cardeal José Saraiva Martins na apresentação do livro.

Cardeal Martins salientou o exemplo de Papa Wojtyla que dizia que “humanismo e santidade não são coisas contrárias”, porque os santos também têm defeitos. A santidade não se trata de não ter defeitos, mas de superá-los.

Na apresentação, Dom Oder relatou que depois da morte de João Paulo II, em 28 de abril de 2005, o cardeal Ruini, ainda vigário geral de Sua Santidade para a diocese de Roma, apresentou pedido para que fosse desconsiderado o período tradicional de cinco anos de espera após o falecimento para que o candidato às honras do altar pudesse ter um processo de beatificação aberto.

Em 3 de maio, Bento XVI concedeu a dispensa desse período, que, seis dias depois, em 9 de maio, foi confirmada em um decreto oficial da Congregação das Causas dos Santos. O anúncio oficial aconteceu em 13 de maio, feito pelo Papa ao final de um encontro com o clero. Foi o processo mais rápido que já aconteceu.

Dom Oder revelou ainda que, no dia 2 de abril, quando o Papa João Paulo II faleceu, teve vontade de gritar que havia morrido um santo. Quando tornou-se postulador da causa de sua beatificação, teve início o que classificou de “a fase mais bela” de sua vida. “Me sentia como um monge oriental que escreve uma mensagem sobre um ícone no qual se toca algo de íntimo de Deus”, disse o postulador.

Segundo Dom Oder, João Paulo II era uma “pessoa transparente”, um homem de Deus, “verdadeiro e íntegro”, e que tinha amor pelo Senhor. Ainda de acordo com o postulador, João Paulo II sabia reagir, podia até mesmo zangar-se e tinha uma queda por doces. O livro afirma que João Paulo II tinha revelações sobrenaturais, que ouvia Nossa Senhora e via e falava com Padre Pio e que praticava o autoflagelo.

O obstáculo principal, segundo os autores, se encontrou no acesso ao material dos arquivos secretos do Vaticano. O testemunho das pessoas que trabalharam com João Paulo II em diversos documentos compensou a dificuldade de acessibilidade aos documentos.

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